domingo, 27 de setembro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Equilíbrio Distante

Não sou tão boa pra falar de estabilidade...
os momentos estáveis são tão raros...
torna-se complicado descrevê-los...
Percebo que talvez esse desequilibrio
esteja muito mais relacionado ao emocional...
do que aos acontecimentos de fato...

"tenho os sentidos já dormentes"

Tento criar mecanismos para uma espécie
de manutenção de meus impulsos...
para que não haja o surgimento de novas dores...
e para que as que se encontram instaladas não se acentuem.

"Sou meu próprio líder:
ando em círculos
Me equilibro entre dias e noites
Minha vida toda espera algo de mim
Meio-sorriso, meia-lua, toda tarde"

Por vezes sou apenas um corpo no mundo...
um vazio agonizante me preenche...
e sou incapaz de sentir a minha existência...
sinto-me anestesiada...
equilibrio distante.

"Existe um descontrole, que corrompe e cresce
Pode até ser, mais estou pronto prá mais uma
O que é que desvirtua e ensina?
O que fizemos de nossas próprias vidas"










Trechos do livro Carta a meu pai (de Franz Kafka)

"E mesmo esta tentativa de responder-te por escrito ficará inconclusa, porque, também ao escrever, o temor e os seus efeitos inibem-me diante de ti"

"Era para mim incompreensível tua absoluta insensibilidade pelo prejuízo e dor que podias causar-me com essas palavras e opiniões; era como se não tivesses consciência do teu poder. Com segurança, eu também te feri com palavras minhas, mas então eu o sabia e isso me causava dor, mas não podia controlar-me, arrependia-me ao mesmo tempo que a dizia. Mas golpeavas com tuas palavras à direita e à esquerda, nada te inspirava piedade, nem nesse momento nem depois; diante de ti ficava-se inteiramente indefeso"